Minha rotina depois do hipotireoidismo
Há 05 anos convivo com esse “carinha” que se apresentou como um tsunami e mudou completamente a minha vida.
Decidi escrever esse texto não apenas para compartilhar com quem também convive com ele, mas porque visitando o meu álbum de fotos agora pela manhã, encontrei registros da minha última viagem e quem diria que tempos depois eu estaria fazendo uma bateria de exames. Não, o diagnóstico também não foi fácil.
O ano era 2013 e eu estava fazendo curso de Business em NY. Naquele período, além de passar meus dias ligada nos 440v, pois os dias eram recheados de aulas e as noites, de aproveitar a cidade, praticamente vivia à base de bagel com cream cheese (como eu amo!), batatas fritas (por enquanto, a do Pastis continua sendo a melhor) e Red Bull Black... além, é claro, de muito café.
Naquela época eu tinha disposição e nada me abalava. Além da rotina puxada eu corria, vivia a mil pelo Brasil e saía nas noites de sextas-feiras! Eu podia fazer o que eu quisesse e na hora em que eu quisesse e no dia seguinte acordava como se nada tivesse acontecido. Bom, né?
Pois bem, ao retornar desse período de estudos e passado um tempo, tudo mudou. Aquela Beta que acordava às 5AM para fazer spinning ou correr, seguir direto para o trabalho e, de repente, ainda voltar à noite para uma dobradinha na academia, perdeu o fôlego e a energia. Simplesmente, era alguém que eu nunca tinha conhecido.
No início eu não conseguia levantar da cama e a sensação era a de que eu estava em outra dimensão. Levantar para trabalhar e segurar a onda no escritório passou a ser a minha batalha diária. E a luz vermelha acendeu quando eu passei a esquecer palavras. Sim, no meio de reuniões ou de trabalhos a memória fugia, a minha linha de raciocínio literalmente sumia e eu comecei a ficar muito insegura.
Até a memória começar a falhar, eu procurava a energia que eu tanto precisava no chocolate e afins. Eram quantidades “industriais” diárias. Por exemplo, o meu café da manhã era uma barra grande de chocolate. O meu desafio era conseguir dar conta de tudo e também não vacilar nas viagens a trabalho, que eram muitas.
A gota d’água foi uma sexta-feira, retornando de uma viagem à Brasília em que fiquei quase que a semana inteira lá. No aeroporto, já esperando para embarcar, a dor no corpo era tão grande que eu, literalmente, caí em prantos. Eu só queria que aquela sensação horrorosa de não ter mais o controle sobre mim acabasse.
E assim começou a “romaria” até o diagnóstico preciso. Inicialmente, fui diagnosticada com depressão e dá-lhe remédio. Fiquei mal, parecia um zumbi e nada mudava, pelo contrário. Até que depois de uma bateria de exames, eu soube que a produção de hormônios pela tireoide estava mínima.
Desde então, tomo remédio específico, busco melhorar a minha alimentação (sim, faz muita diferença), como também leio muito para entender o que eu posso fazer para driblar os sintomas
Não é nada fácil. Aliás, no início fiquei muito revoltada. Com o tempo, eu aprendi a entender os “chamados” do meu corpo e a priorizar o que, naquele determinado momento, era mais importante. Precisei entender que a corrida e o spinning não precisam sair da minha vida, mas agora tudo com moderação. Os programas noturnos passaram a ser escolhidos por sua importância, aquele sair por sair acabou, pois, o dia seguinte, não é mais o mesmo.
Hoje, estou adaptada, conto com o auxílio de uma profissional maravilhosa que me dá uns puxões de orelha quando eu mereço, mas que me ensinou a me equilibrar. Ainda tenho dias bem difíceis, em que a minha vontade é a de não sair da cama. Parece que estive em um octógono. A diferença é que agora eu aprendi a desacelerar e a respeitar o meu corpo.
Se alguém me dissesse, há um tempo, que hoje eu estaria com essa rotina de trabalho eu, provavelmente, gargalharia. Que bom que insisti em aprender melhor sobre tudo o que estava acontecendo e que não vai mudar, a entender que às vezes (muitas!) é preciso colocar o pé no freio e a confiar na minha nutri anjinha. Muito obrigada, Dani!
E, se eu puder deixar um conselho: é normal, no início, se irritar com as limitações do corpo, mas busque entender no que pode ser melhorado, faça as pazes com ele e cuide direitinho de você. Além disso, encontre um profissional de confiança para dividir todas as suas angústias e inseguranças.
Quer dividir as suas preocupações comigo? Somos uma Corrente do Bem e estamos aqui!