O dia em que conheci Sheryl Sandberg e nossa conversa sobre autoconfiança e propósito de vida.
Amo histórias de mulheres bem-sucedidas. Para nós, é comprovadamente mais difícil “chegar lá”: temos muitos mais pratos para equilibrar, sofremos preconceitos e discriminações em vários mercados, dentre inúmeros outros fatores e obstáculos que tornam nossa caminhada mais complexa. Acho que é por isso que, quando conheço a jornada de profissionais que realmente alcançaram o topo, sinto uma alegria genuína. É como se fosse uma vitória de equipe, sabe?Em 2011 tive uma experiência incrível – tanto profissional como de vida. Eu e outros executivos de marketing e comunicação fomos visitar empresas como Yahoo, Google, Microsoft e Facebook. As apresentações foram basicamente conduzidas por homens, com exceção do Yahoo e do Facebook – essa última era a mais aguardada, pela explosão que a rede vivia na época, principalmente no Brasil.Foi então que veio até nós uma mulher baixa, magra e com uma aparência tão doce que nem de longe parecia com uma super executiva de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Aquilo já me chamou a atenção: em um mercado tipicamente masculino, era difícil, naquela época, ver mulheres nas sedes. E essa delicada profissional nos deu uma aula sobre a mudança de era que estávamos vivendo: da “information web” para a “social web”.Sheryl Sandberg, na época vice-presidente de operações do Facebook e uma das 10 mulheres mais poderosas do mundo segundo a Forbes, nos falou sobre o poder da recomendação e previu o sucesso das influenciadoras. Falou sobre como o Facebook estava dando voz para cada um, permitindo que expressássemos nossas opiniões com todo o mundo. Orientou que nós, que estávamos ali representando empresas, não deveríamos desperdiçar a oportunidade de abrir canais de relacionamento com nossos consumidores naquela plataforma. Foram muitas dicas técnicas e realmente relevantes.Mas ao final, o que mais me marcou foi sua fala direcionada às mulheres que estavam ali na sala. Ela disse que estava feliz por ver uma turma equilibrada – já que éramos praticamente metade homens e metade mulheres – e que o crescimento do nosso país dependia do nosso crescimento profissional, pois quanto mais mulheres em cargos de liderança, mais empresas saudáveis, rentáveis e longevas. E que esse sucesso feminino só aconteceria se tivéssemos em mente duas coisas: autoconfiança e um propósito de vida alinhado com a nossa essência, que nos desse motivação e disciplina para seguir apesar de todos os obstáculos.Aquilo me marcou demais! Foi libertador saber que eu não precisaria me “masculinizar” para ser respeitada em uma organização. E, principalmente, que existia uma mulher poderosa com crenças iguais às minhas.Dois anos depois, ela lançou o livro “Faça Acontecer”, em que narra sua trajetória de uma forma muito humana, mostrando como foi difícil o processo de conciliar carreira, maternidade, casamento e todos os nossos inúmeros papéis, em um mundo no qual ainda existe preconceito de gênero. Ela fala também de questões internas que nos sabotam, como a autocrítica exagerada e a falta de autoconfiança.A principal lição que Sheryl me ensinou é que a mudança precisa começar por nós mesmas: tendo clareza do caminho que nos trará realização e acreditando em nosso potencial para chegar lá.Você já conheceu alguém que mudou a maneira como você pensava? Conta pra gente nos comentários!PS: Michelle Obama e o movimento Lean In de Sheryl Sandberg and 4 sites com dicas de carreira for women.