Seriam os Aeroportos um Mundo à Parte em que Podemos, Praticamente, Tudo?
Desde pequena, os aeroportos fazem parte da minha vida. No início, era só aquela alegria de estar de férias e aproveitar meus pais e avós só para mim e, com o passar do tempo, a alegria de pensar que eu ficaria um determinado tempo desligada “do mundo real”, sem me preocupar com trabalhos e com os tão temidos prazos judiciais (sim, esses monstrinhos, por muitas vezes, me tiravam o sono!). Aquele ambiente tinha o poder de virar uma chavinha na minha cabeça e me desligar dos compromissos.
Voltando à vida profissional, o fato de trabalhar durante um grande período viajando muito e, por vezes, para lugares um tanto quanto não convencionais, também me trouxe a percepção de que naqueles metros quadrados em que chegamos e partimos, podemos, de uma certa forma, “congelar” o tempo e sair completamente da nossa rotina.
Algumas vezes, já encarei um fast food no meio da madrugada, me joguei no chocolate, na cajuína e no bolo de rolo (quem não conhece essa iguaria da culinária nordestina, favor se apresentar. Em alguns lugares, também pode ser encontrado com o nome de “rocambole”). Sem contar as pizzas e as frituras às 6 da manhã, acompanhadas de um refri. Ou alguns bagels com cream-cheese como se não houvesse amanha. Vai me dizer que não cai super bem e, nesse momento, a culpa também ficou junto no local de partida?
Nos aeroportos, está liberado o uso de chinelos (confesso que essa barreira do conforto maior eu ainda preciso cruzar!), de tênis com traje casual, além do salto 15 (mulherada, admiro quem consegue se equilibrar e andar para todo o lado de saltão).
Nos dias posteriores a jogos muito importantes ou a festivais de rock, acompanhamos, nos primeiros voos, os torcedores devidamente uniformizados e os fãs com camisetas da banda de rock favorita. Aliás, nesses casos, passar parte da madrugada no saguão do aeroporto também está liberado.
Até blocos de carnaval eu já acompanhei (sim, aqui no Rio alguns Blocos de Carnaval invadem o aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio e a festa continua por ali mesmo). Sim, vale tudo!
Assim, o que antes eu observava só pensando em começar o meu dia ou voltar para casa e descansar depois de um dia intenso, hoje, talvez por “bater ponto” na ponte aérea, eu vejo como uma experiência por vezes muito divertida.
Nessa última viagem, em meio a tensão de vários voos atrasados em Congonhas, eu achei graça ao observar amigas em uma despedida de solteira que começou ali na sala de espera mesmo... todas devidamente fantasiadas, a futura noiva de vestido branco, faixa e véu, bebendo e cantando como se aquele “entorno” simplesmente não existisse. Só concentradas em celebrar a vida e brindar o futuro da amiga!
Você já presenciou situações inusitadas em aeroportos?